Nestas últimas décadas ocorreu um aumento considerável no número de separações e divórcios, de tal modo que a sociedade passou a se preocupar com as famílias e sua desintegração, desenvolvendo, inclusive, campanhas acerca do fenômeno. Todavia, o aumento de separações conjugais foi acompanhado pelo aumento de novas uniões, merecendo até classificações como famílias recompostas ou reconstituídas.
Nós, profissionais de saúde, educadores e a própria sociedade passamos a entender as novas configurações familiares e acompanhar o ritmo das reestruturações; não mais um divã para família e sim um divã para todas as famílias, surgindo: “os meus, os teus e os nossos”... filhos, parentes, amigos, agregados...
Para entender melhor a relação conjugal, vejamos: duas pessoas, cada qual com sua história, sua individualidade, seu mundo emocional, seus conflitos e desejos escolhe outro e é correspondido. Ao escolherem-se estruturam uma vida em conjunto, repleta de anseios, desejos, necessidades e conteúdos depositados no outro, e é esse conjunto que possibilitará ou dificultará a manutenção de papéis conjugais satisfatório para si e para o outro.
Tornar-se um casal não é uma matéria fácil, mas compreenda: o crescimento da vida emocional de cada um ou do casal é determinado por anseios profundos de se relacionar com outro, de amar e ser amado, e, em cada estágio da vida, existem qualidades ou situações que são especificamente demarcadas. Satisfazer as necessidades, pelo menos parcialmente do outro, faz a pessoa apta a satisfazer o próximo estágio de ambos, surgindo a relação conjugal satisfatória.
Um crescimento emocional saudável para a relação conjugal só é possível quando estes trocam impressões e respeitam sentimentos mútuos. Se você tem uma relação conjugal, reveja, repense: você esta satisfazendo alguns anseios e desejos do outro? E, se você não tem uma relação no momento, prepare-se para satisfazer e será satisfeito. O grande problema é que nunca assumimos satisfazer o outro, buscamos sempre a nossa satisfação... que vem do outro... Deitar-se num divã muitas vezes é necessário, se for acompanhado, ótimo - um divã para dois... mas investir na relação é fundamental...
Elaine Soares Queiroz - CRP 06/63511-0
Psicóloga/Diretora da Freixo Clínica
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